sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Hoje o sol sorriu para mim

As sextas-feiras são, regra geral, penosas. Rumo a Setúbal cedo e volto a Lisboa tarde. Pelo meio tenho dias preenchidissimos e entre assuntos que não me são especialmente queridos.

Hoje dois dos meninos da tarde desmarcaram o que queria dizer que aqui vinha só para uma consulta.

Lá arranquei, a custo. Mas depressa fui brindada por um sol inacreditável que brilhava sobre Lisboa, queimava a Ponte e engrandecia o Cristo Rei.

E pensei, neste meu caminho que deixa a calçada para trás e a troca por campos e salinas, o quanto devo ser grata por tudo isto que tenho, por tudo isto que vivo.
Estes problemas que não o são, estes incómodos que nem chegam a sê-lo.
Grata pela família, pelo amor, pelo trabalho.
Grata pelas pessoas, pelas caras, pelas histórias.
Grata por quem me toca sem tocar, por quem me reconforta sem se esforçar, só por ser. Ser.

Já está. Já passaram os 50 minutos. Que foram 70. E apercebi-me de como cada um destes minutos vai fazer a diferença. Nos dois.

Vou voltar para casa, fazer a mesma estrada, vou chegar às escuras enquanto senhor marido informa que chegará só quando já for amanhã. Vou ver o que me apetece na televisão. Vou pensar. Vou pensar muito. Tenho tanto em que pensar.

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