segunda-feira, 25 de março de 2013

andar em veneza sem pés

por terras italianas encontra-se tudo do melhor.

No sábado chegamos e fomos muitissimo bem recebidos pela nossa cunhada que nos levou a um aperitivo do melhor, com direito a folhadinho e amendoins. Seguiu-se um jantar de requinte. Duas entradas, um risoto, uma garrava de proseco e uns shots quaisquer de limão e vodka depois lá nos levantamos e fomos para casa.
Domingo choveu todo o dia mas nada que nos impedisse de conhecer Treviso a pé de uma ponta à outra e ainda ir à Missa de Domingo de Ramos numa Igreja brutal.
Hoje a Catarina foi trabalhar (santa, depois de andar a dormir no sofá com gripe e tudo) e nós os dois apanhamos o comboio (meia hora) para Veneza. Em Veneza estava um frio do catatau. Mal via as coisas à minha frente e o Diogo ficou privado da sua espetacular guia que em se vendo fora do dia-a-dia de trabalho trocou os saltos altos por uns ténis manhosos, completamente e negar o Inverno, e passados 5 minutos não se distinguia o que eram as minhas meias e ténis da poça mais próxima. Praça de São Marcos, Rialto, canaizinhos tudo check e alapar num restaurante a intercalar pizza com massa enquanto lá fora começou a....NEVAR! Ora tivemos mesmo o pack completo da romantiquisse. So mesmo os chinocas se passeavam de gondola. Aqui os bimbos meteram-se no barco/bus e fizemos todas as estações para um lado e todas de volta para o outro sem sair! tudo pela janela que é mais quentinho!
Já chegamos a casa, dom Diogo fará qualquer coisa parecida com bifes e eu a desejar um copinho de spritz com amendoins.
Ciau!

quarta-feira, 13 de março de 2013

baby steps

Foi preciso um esforço enorme, quase dois estalos na cara, para me mentalizar que enquanto ser humano tenho direito a férias.
Custa-me pensar que há miúdos que precisam de mim, que beneficiam infinitamente do tempo que estamos juntos em cada semana e que eu pondero em sair daqui por 3 dias. Sim, como se eu não tivesse direito. Pior, como se ficar perto da exaustão fosse bom para eles de qualquer maneira.
A modos que, depois de um exercicio de realidade, consegui agendar as sessões de compensação que me permitirão estar fora, arejar, namorar até cair para o lado, compensar o melhor marido de todos, na semana santa. Que, tenho a certeza, será mesmo Santa.
Comecamos com Itália, em casa de uma cunhada a meia hora de veneza e depois rumamos à Alemanha em casa dos Padres de Schoenstatt.



terça-feira, 12 de março de 2013

a verdade

eu não posso dizer o que imaginei que a minha vida profissional ia ser porque a verdade é que nunca pensei nela. Aliás, pensei, mas noutro lado e noutros trajes. Desde que me lembro de ter capacidade de pensar no futuro que queria ser bióloga marinha. Acordar, vestir o fato de banho, entrar no barco e estudar o mar. Fui sempre das melhores alunas da turma ainda que para biologia não fosse preciso nada de especial, certinha que só eu. Entrei para Biologia na Faculdade de Ciências e não foram precisas mais de duas semanas para destruir anos e anos de sonhos acumulados. Não é nada disto que eu quero.
Descobri a vocação num centro de saúde em Mértola. E é só desde aí que sei que a minha vida seria dedicada a estudar a mente e o comportamento, a ajudar quem precisa de mais do que uma sopa.
Mas nem assim pensei muito. Aliás, consigo assinalar este padrão na minha vida que é o de que as coisas mais importantes não parecem ser muito pensadas, racionalizadas, antecipadas.
É por isso talvez que me vou maravilhando dia a dia com aquilo que alcanço, que faço e que sinto quando trabalho. Parece que me guio pelo coração e recheio com a cabeça.
É também por isso que nem sempre é fácil fechar a porta quando acaba o dia, porque o coração não se fecha. É por isso que engulo em seco quando marco uma reunião com professores de meninos que acompanho e me deparo com um profissional desligado, perfeitamente obtuso, nada flexivel e nada crente na capacidade infinita de mudança de que os miudos são capazes quando devidamente estimulados, abraçados, acreditados.
E penso sobre as hipóteses que tenho de marcar a diferença.

segunda-feira, 11 de março de 2013

na cabeça é tudo à roda

e a querer saltar para o papel.

é urgente escrever. Mais do que por leitores é por mim própria. Porque recordo como se fosse longe, lá longe, a sensação de leveza que é quando tenho a escrita em dia. Quando faço frente à falta de tempo e sobra de obrigações e ainda assim venho aqui deixar numas quantas palavras tontas as coisas que me lembro e que me vão invadindo o espírito.

Tenho pensado no quanto a vida passa a correr, no quanto nos esquecemos de agradecer, no quanto nos esquecemos de aproveitar, no quanto parecemos incomodar-nos com o que não merece.

Caramba, e eu que sei todas estas coisas e ainda assim me é tão dificil agradecer mais, aproveitar mais, deixar de me incomodar.

Nunca pensei que iria cair no cliché que é dizer que se precisasse de alguma coisa era de tempo. Constantemente dividida entre a necessidade e pura paixão que é trabalhar e a vontade de fazer da minha vida algo verdadeiramente diferente.

Até lá, ponho tudo o que sou e cada bombada do meu coração nas coisas do aqui, do agora e do que faço em cada dia.